Segundo os últimos dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil exportou 3,37 milhões de toneladas neste mês, quantidade 297% superior à obtida em janeiro de 2012. Esse dado indica que a demanda internacional pelo milho brasileiro continua em alta pelo simples fato de que muitos países precisam recompor seus estoques para as adversidades atuais e futuras e pelos problemas enfrentados pelos tradicionais fornecedores de milho no mercado internacional. Nesse sentido, apesar das boas perspectivas para a próxima safra de milho nos Estados Unidos, uma nova frustração seria catastrófica. A safra norte-americana colhida em 2012 foi a terceira seguida com redução da produtividade agrícola, fato que não havia ocorrido anteriormente. Porém, mesmo com uma produtividade agrícola regular e a segunda maior área já plantada, os estoques nesse país estão tão baixos que serão necessárias mais de uma boa safra para que eles voltem a participar como anteriormente do mercado internacional.
Um motivo de preocupação é a questão de que o raio pode, sim, cair duas vezes no mesmo lugar, vide o caso argentino, que após nova previsão recorde de safra para 2012-13 está encarando uma nova frustração. Do ponto de vista dos produtores brasileiros de milho, essa notícia servirá para fortalecer a sua posição, pois essa diminuição incidirá justamente sobre o excedente exportável de um dos nossos principais concorrentes no mercado internacional de grãos de milho, o que manterá algumas portas abertas em países importadores e auxiliará na manutenção dos altos preços internos, para desespero do setor de carnes.
De modo geral, tais fatos tornam boas as expectativas de exportação brasileira do grão em 2013. Mas o que queremos discutir aqui é justamente o resultado do ano passado, os 19,78 milhões de toneladas exportados. É fato indiscutível de que esse quantum exportado só foi possível pelas quebras de safras enfrentadas pelos nossos principais concorrentes no mercado internacional, principalmente os EUA, e pela safra recorde colhida pelo Brasil, que disponibilizou um grande excedente exportável. Quando o cenário extremamente favorável às vendas externas se delineou, a partir de julho de 2012, discutiu-se a capacidade do país em satisfazer a demanda internacional, dados os antigos problemas de infraestrutura e logística. A história mostrou que o Brasil “superou” esses problemas e exportou quase 20 milhões de toneladas. A pergunta que fica é: como isso foi possível, ou seja, por onde saiu esse milho?.
O milho exportado pelo Brasil é escoado principalmente pelos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR), que, juntos, exportaram 13,95 milhões de toneladas ou 70,5% da exportação nacional do grão em 2012, sendo que, nos anos anteriores, esse percentual beirou os 80%. Primeiramente, uma dimensão dessa informação é que somente esses dois portos exportaram 3 milhões de toneladas a mais que o recorde anterior de exportações de milho, os 10,9 milhões de toneladas de 2007. Assim, quem achava que esses portos já estavam no limite de sua capacidade se enganou. Para entender melhor isso, é preciso analisar a relação das exportações do milho com a soja. Paranaguá e Santos também são dois dos principais portos de saída da soja.
Um motivo de preocupação é a questão de que o raio pode, sim, cair duas vezes no mesmo lugar, vide o caso argentino, que após nova previsão recorde de safra para 2012-13 está encarando uma nova frustração. Do ponto de vista dos produtores brasileiros de milho, essa notícia servirá para fortalecer a sua posição, pois essa diminuição incidirá justamente sobre o excedente exportável de um dos nossos principais concorrentes no mercado internacional de grãos de milho, o que manterá algumas portas abertas em países importadores e auxiliará na manutenção dos altos preços internos, para desespero do setor de carnes.
De modo geral, tais fatos tornam boas as expectativas de exportação brasileira do grão em 2013. Mas o que queremos discutir aqui é justamente o resultado do ano passado, os 19,78 milhões de toneladas exportados. É fato indiscutível de que esse quantum exportado só foi possível pelas quebras de safras enfrentadas pelos nossos principais concorrentes no mercado internacional, principalmente os EUA, e pela safra recorde colhida pelo Brasil, que disponibilizou um grande excedente exportável. Quando o cenário extremamente favorável às vendas externas se delineou, a partir de julho de 2012, discutiu-se a capacidade do país em satisfazer a demanda internacional, dados os antigos problemas de infraestrutura e logística. A história mostrou que o Brasil “superou” esses problemas e exportou quase 20 milhões de toneladas. A pergunta que fica é: como isso foi possível, ou seja, por onde saiu esse milho?.
O milho exportado pelo Brasil é escoado principalmente pelos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR), que, juntos, exportaram 13,95 milhões de toneladas ou 70,5% da exportação nacional do grão em 2012, sendo que, nos anos anteriores, esse percentual beirou os 80%. Primeiramente, uma dimensão dessa informação é que somente esses dois portos exportaram 3 milhões de toneladas a mais que o recorde anterior de exportações de milho, os 10,9 milhões de toneladas de 2007. Assim, quem achava que esses portos já estavam no limite de sua capacidade se enganou. Para entender melhor isso, é preciso analisar a relação das exportações do milho com a soja. Paranaguá e Santos também são dois dos principais portos de saída da soja.
POR OUTROS PORTOS
Outra informação relevante é que, apesar do aumento no volume exportado por Santos e Paranaguá, a participação relativa dos mesmos nas exportações brasileiras de milho diminuiu. Isso ocorreu devido ao surgimento de novos caminhos para o escoamento do milho brasileiro. Em 2012, 5,8 milhões de toneladas foram exportados por portos marginais, quantidade 175% maior que em 2011. Entre esses portos, merece destaque os 2,4 milhões de toneladas exportados pelo Porto de São Francisco do Sul (SC), um aumento de 458% em relação ao ano anterior. Essa grata surpresa só é diminuída pelo fato de que esse porto já exportou grandes quantidades no passado, como o 1,55 milhão de toneladas escoado em 2007, mas que nos últimos anos oscilou entre 200 mil e 700 mil toneladas.
O quarto principal porto de exportação de milho foi o de Vitória (ES), que aumentou a quantidade exportada em 143%, totalizando 1,8 milhão de toneladas, o que indica o fortalecimento da rota ferroviária da Vitória-Minas, com suas extensões para o Triângulo Mineiro e para a cidade de Pirapora (MG). Com 483 mil toneladas, o porto de Manaus (AM) manteve a sua média dos anos recentes. O Porto de Santarém (PA) apresentou aumento de 79% na quantidade exportada em relação a 2011, alcançando 381 mil toneladas, indicando que não somente a soja será beneficiada pelo asfaltamento da Cuiabá–Santarém, mas também a produção de milho da “safrinha” do Mato Grosso. Os portos de São Luís (MA), que pode atender a região do Mapito (e até partes do Mato Grosso, na bacia do Araguaia, via ferrovia Norte-Sul), e de Ilhéus, na Bahia (que pode atender a região Oeste do estado), exportaram, respectivamente, 360 mil e 218 mil toneladas ano passado. Esses dois últimos merecem destaque porque exportaram apenas 24 mil toneladas (Ilhéus) em 2008 e 37 mil toneladas (São Luís) em 2011. Ou seja, são literalmente novos caminhos.
A experiência das exportações brasileiras de milho em 2012 simplesmente revelou que, apesar das dificuldades logísticas, é possível sim contorná-las, o que nos permite visualizar o potencial das exportações brasileiras no agronegócio em novas regiões produtoras. Se, mesmo com todos os obstáculos que tornam o transporte dos nossos produtos mais custosos, o agronegócio não para de crescer e de se integrar ao comércio internacional, sem as tradicionais dificuldades, o céu é o limite para as exportações agrícolas brasileiras.
O quarto principal porto de exportação de milho foi o de Vitória (ES), que aumentou a quantidade exportada em 143%, totalizando 1,8 milhão de toneladas, o que indica o fortalecimento da rota ferroviária da Vitória-Minas, com suas extensões para o Triângulo Mineiro e para a cidade de Pirapora (MG). Com 483 mil toneladas, o porto de Manaus (AM) manteve a sua média dos anos recentes. O Porto de Santarém (PA) apresentou aumento de 79% na quantidade exportada em relação a 2011, alcançando 381 mil toneladas, indicando que não somente a soja será beneficiada pelo asfaltamento da Cuiabá–Santarém, mas também a produção de milho da “safrinha” do Mato Grosso. Os portos de São Luís (MA), que pode atender a região do Mapito (e até partes do Mato Grosso, na bacia do Araguaia, via ferrovia Norte-Sul), e de Ilhéus, na Bahia (que pode atender a região Oeste do estado), exportaram, respectivamente, 360 mil e 218 mil toneladas ano passado. Esses dois últimos merecem destaque porque exportaram apenas 24 mil toneladas (Ilhéus) em 2008 e 37 mil toneladas (São Luís) em 2011. Ou seja, são literalmente novos caminhos.
A experiência das exportações brasileiras de milho em 2012 simplesmente revelou que, apesar das dificuldades logísticas, é possível sim contorná-las, o que nos permite visualizar o potencial das exportações brasileiras no agronegócio em novas regiões produtoras. Se, mesmo com todos os obstáculos que tornam o transporte dos nossos produtos mais custosos, o agronegócio não para de crescer e de se integrar ao comércio internacional, sem as tradicionais dificuldades, o céu é o limite para as exportações agrícolas brasileiras.
Fonte: Estado de Minas