Difícil encontrar um lar brasileiro em que o cheirinho do café não esteja presente logo nas primeiras horas do dia. E essa não é uma percepção subjetiva, os números comprovam: pesquisas da Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café) indicam que a bebida está presente em mais de 98% das casas no país. Além do sabor marcante, os grãos de café são ricos em poderosos nutrientes que trazem benefícios à saúde, percepção associada por 72% dos consumidores.
Contudo, alguns mitos ainda se confundem com verdade, e vice-versa. Dúvidas relativas à prevenção de doenças e efeitos da substância são frequentes e geram questionamentos. Antes de conhecer os principais mitos e verdades, é preciso saber que a quantidade consumida é um fator determinante para garantir os benefícios da bebida. Especialistas alertam que o ideal é que sejam consumidas de três a quatro xícaras por dia. O número depende da sensibilidade de cada pessoa aos componentes dos grãos.
Sabendo que o excesso é prejudicial – e essa regra vale para tudo na vida – vamos esclarecer algumas verdades: a bebida pode contribuir para aliviar dores de cabeça, pois a cafeína é uma substância vasoconstritora e, quando ingerida nos primeiros momentos, ajuda a amenizar o incômodo. Por isso, alguns medicamentos contêm a substância em sua fórmula. Diversas pesquisas também apontam que o café pode ajudar a prevenir o desenvolvimento de algumas doenças, como Parkinson, Alzheimer e cardíacas. Mas é preciso procurar orientação médica para esclarecer todas as informações, principalmente quando envolve fatores genéticos.
A cafeína é também uma forte aliada do bom humor, já que ajuda a manter o estado de excitação e de relaxamento. Quem busca por concentração, encontra no café muita energia, porque a bebida possui uma substância que libera adrenalina, provocando estado de alerta e mais disposição. Por isso, quem tem dificuldades para dormir deve degustar o cafezinho com um pouco mais de moderação.
Já os mitos sobre o café são relacionados, principalmente, ao vício e a quem pode consumi-lo. É mito que crianças não podem tomar café. A ingestão deve ser, de preferência, com leite e moderada, assim como de outros produtos que contêm cafeína, a exemplo do chocolate, do refrigerante de cola e do chá. Grávidas e idosos também podem consumir a bebida, desde que saibam a quantidade tolerada pelo organismo. E uma das dúvidas mais comuns é se o café vicia. Estudos de mapeamento cerebral indicam que a cafeína não está ligada ao circuito de dependência do cérebro.
O consumo de café em quantidades moderadas traz vários benefícios para a saúde, muitos comprovados cientificamente. O “cafezinho” é uma das paixões brasileiras e não é por acaso que o país é o maior exportador de café mundial, sendo Minas Gerais responsável por 50% da produção nacional.
Por ocupar essa posição de destaque no mercado brasileiro, Belo Horizonte recebe, entre os dias 24 e 26 de setembro, a Semana Internacional do Café, no Expominas. Apreciadores do produto terão uma excelente oportunidade para aprimorar o paladar e conhecer as últimas novidades e tendências do mercado cafeeiro.
Eliana Relvas de Almeida
Engenheira de alimentos e palestrante da 3ª Semana Internacional do Café.