Enquanto o preço do minério fez o valor arrecadado com exportações de Minas Gerais para a China despencar, o agronegócio pode ser a alternativa para diminuir o prejuízo. A exportação de minério de ferro para o país asiático caiu 54,2% nos cinco primeiros meses de 2015 em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo a Fundação João Pinheiro. Já os ganhos com a exportação do café, tanto em grãos como processado, cresceram, na mesma comparação, 164%. No caso da soja, o crescimento foi de 28,2%.
Outro produto que deve começar a aparecer no rol de exportados por Minas para a China, “talvez já no próximo mês”, segundo o secretário adjunto da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), Rogério Bellini, é a carne. Com o fim do embargo chinês à carne brasileira no mês passado, cinco plantas exportadoras de carne em Minas Gerais – no país todo são 17 – já estão sendo avaliadas para iniciar a exportação para aquele país, segundo a coordenadora da área técnica da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Aline Veloso. “O fim do embargo foi importante porque demonstra a adequação dos nossos produtos e o fim de barreiras sanitárias. Os produtos podem ser bovinos, suínos ou aves”, explica.
As plantas mineiras que estão em avaliação ficam nas regiões do Jequitinhonha e Vale do Mucuri, mas os nomes ainda não foram divulgados. Há especulações, no entanto, de que uma delas seria a JBS, que adquiriu, recentemente, o frigorífico Independência.
Para Bellini, “a perspectiva é muito favorável” para exportação de produtos agropecuários para a China. “Eles estão mudando seus hábitos de consumo, demandando produtos como café e carnes. Isso é positivo, porque a China é um país continental. Outro ponto importante é que temos volume, qualidade, e preço competitivo para atender essa demanda”, avalia. Segundo Bellini, a taxa cambial está favorecendo o aumento das exportações nesses casos.
Essa mudança de interesse da China reflete a desaceleração de sua economia, diminuindo as compras de minérios que alimentavam suas indústrias, mas o que pode ser positivo para Minas é que o país está aumentando a compra de produtos agrícolas. “Estamos saindo de uma situação em que a China crescia 9% a 10% por ano e agora cresce 7%. Isso impacta não só Minas como o Brasil, que sempre exportou muito para lá. E vamos ter que lidar com essa nova situação”, diz o coordenador do curso de relações internacionais do Ibmec, Reginaldo Nogueira.
Crescimento
Além do agro. A venda de instrumentos cirúrgicos de Minas Gerais para a China cresceu 62,3% no período entre janeiro e maio de 2015, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Saldo mineiro é superavitário
Entre as exportações nacionais para a China, Minas Gerais foi responsável por 21,73% do total comercializado. “A China é vista pelo governo como um parceiro comercial estratégico”, afirma o secretário adjunto da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Rogério Bellini.
O saldo da Balança Comercial entre Minas Gerais e China fechou o ano de 2014 superavitária em US$ 7,10 bilhões. O total exportado por Minas para a China atingiu US$ 8,82 bilhões em 2014.
Fonte: Jornal O TEMPO