A safra de soja do Brasil, maior exportador global da oleaginosa, foi estimada nessa quinta-feira (30) em um recorde de 113,3 milhões de toneladas, ante 111 milhões de toneladas na previsão elaborada em meados de março pela consultoria Agroconsult.
Até a semana passada, a consultoria ainda não havia computado todos dados de safras da região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e do Rio Grande do Sul, apurados na expedição técnica Rally da Safra, que percorreu todas as regiões produtoras do País.
“A safra 2016/17 marca uma mudança de patamar tecnológico e de produtividade… O Brasil está saindo da faixa de produtividade média de soja de 50 sacas para 60 sacas (por hectare)”, disse o diretor da consultoria, André Pessôa, na apresentação dos resultados do Rally, em São Paulo.
Na avaliação da consultoria, a produtividade média da safra de soja do Brasil ficou 55,8 sacas por hectare em 2016/17, ante 48,3 sacas em 2015/16.
Segundo ele, os destaques desta temporada foram os Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais, onde foram vistas lavouras uniformes e com produtividades recordes.
A reportagem acompanhou o Rally na semana passada nas regiões do Matopiba, que apresentaram produtividades elevadas, de recuperação, “após a frustração climática nos últimos anos”, disse Pessôa.
A Agroconsult avaliou que as produtividades do Paraná e do Rio Grande do Sul – que ficam atrás apenas de Mato Grosso em volume colhido no País – e de Santa Catarina, também registraram índices recordes nesta temporada.
O resultado da safra nacional representa um aumento de cerca de 17,6% ante o volume colhido na safra 15/16, de 96,3 milhões de toneladas, quando problemas climáticos prejudicaram as produtividades em diversas regiões, disse a consultoria.
Neste cenário, a safra brasileira de grãos deverá saltar para 236 milhões de toneladas em 16/17, ante 189 milhões na safra 15/16.