O consumo interno aquecido, a demanda internacional e a melhora nos preços impulsionaram o abate de bovinos, suínos e frangos no país, com volumes recordes no 3º trimestre deste ano, na comparação com igual período de 2012. Em Minas, os números também foram inéditos para frango e porco. No caso do boi, com crescimento de 16,2%, um acréscimo de 110.689 cabeças, foi o melhor resultado desde o 2º trimestre de 2008, antes da explosão da crise financeira internacional. Os indicadores foram divulgados ontem pelo IBGE.
“O brasileiro nunca consumiu tanta carne de boi, frango e porco como agora. As pessoas estão com mais renda e emprego. Ninguém quer saber mais de carne de segunda. Quem teve oportunidade de provar, quer o produto de primeira qualidade, mesmo que tenha que pesquisar muito antes de comprar”, diz o presidente da Associação dos Frigoríficos de Minas Gerais, Espírito Santo e Distrito Federal, Sílvio Silveira.
Segundo o supervisor de pesquisas agropecuárias do IBGE Humberto Silva, o abate de bovinos em Minas aumentou 26,54% em 12 meses. No ano, o incremento chega a 25,25%. Na comparação com o 2º trimestre de 2013, a expansão foi de 1,23%.
“O mercado interno se mantém firme em função da renda do consumidor. O câmbio favorável também impulsionou as exportações”, analisa o assessor técnico da FAEMG, Walisson Lara.
No 3º trimestre de 2013, na comparação com o mesmo período do ano passado, a quantidade de carne bovina in natura exportada pelos mineiros subiu 15,2%. Bom para o produtor, que ganhou em escala e valor. Segundo o assessor da Faemg, o preço médio pago na fazenda pela arroba do boi gordo, em novembro deste ano, era de R$ 101,32. No mesmo mês em 2012, a cotação estava em R$ 93,86.
Apesar da evolução, o estado ainda é apenas o quinto em abate, embora seja dono do segundo maior rebanho do Brasil. “Muitos animais saem daqui para ser abatidos em outros lugares. Nos últimos três anos, só no Norte de Minas três frigoríficos fecharam as portas”, diz.
No ranking de abate de suínos, Minas aparece em quarto, com aumento de 7,6% no 3º trimestre de 2013, em relação ao terceiro trimestre de 2012. Nos últimos 12 meses e no ano, o crescimento é de 10,05% e 10,38%, respectivamente. “A questão sazonal, com a proximidade do Natal, ajudou a alavancar os números”, comenta Humberto Silva, do IBGE.
Com 14 milhões de aves a mais, o abate de frangos também estabeleceu novo recorde, com aumentos de 24,7% na comparação com o 3º trimestre de 2012, e de 11,3% no ano. “Os preços não melhoraram, mas os custos da produção, em função da queda da cotação do milho, caíram muito, animando o produtor”, diz o técnico da Faemg.
Agronegócio tem PIB de R$ 1 trilhão
Balanço divulgado na quarta-feira (11) pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA) aponta que o agronegócio no país representará um PIB equivalente a R$ 1 trilhão neste ano. “É um setor sadio da economia, que não se contamina nem com o pessimismo de outros setores”, afirmou a presidente da CNA, senadora Katia Abreu.
Em 2013, o crescimento do PIB do setor foi de 3,6% em relação ao valor do ano passado. A expansão se deu mesmo com queda de 10% na média dos preços internacionais das commodities agrícolas e fará com que a participação do agronegócio no PIB no país chegue a 22,8%, contra 22,5% em 2012.
Fonte: Jornal Hoje em Dia